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Interpretações a servir essa explicação – cuja síntese final não chegou a escrever – iria procurar em Alexandre Herculano, Antero de Quental, Oliveira Martins e António Sérgio, Jaime Cortesão, Sérgio Buarque de Holanda e Robert Ricard e outros, agora seus contemporâneos. Com que procura encontrar as razões para a dualidade peninsular, em que a mentalidade portuguesa se aproxima da racionalidade e do laicismo da cultura francesa – contrária à da religiosidade espanhola. Dualidade que fora bem assinalada por Robert Ricard (um dos seus mestres parisienses) e que JBC se compraz em desenvolver. Em busca de um Rumo de Portugal, interrogando-se se essa rota deveria conduzir ao Atlântico ou à Europa, JBC parte da tradição racionalista no pensamento português, pressupõe (na esteira de António Sérgio e de outros, entre os quais Herculano) que houve uma decadência que com a Inquisição fez abortar essa abertura. Portugal é assim uma promessa não cumprida. (citação de “O Reino Cadaveroso” de Sérgio). Era a escolha que haveria que fazer. E para JBC sem dúvida que o bom caminho estava no Atlântico, que não na subordinação a Madrid que supunha ser o resultado de se escolher a via europeia. Queria uma comunidade luso-brasileira, autêntica, a que se deveria juntar a África. “Nela todas as partes se reencontrariam na mais genuína individualidade linguística e civilizacional.” E conclui: “É esta a condição para que Portugal volte a ser ele próprio” (Rumo de Portugal, 1974, p. 81, texto datado de Paris, de 9 de Abril de 1974). |
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