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Chagas, Manuel Joaquim Pinheiro | |||||||||||||
Pinheiro Chagas deixou uma obra extensa, variada e representativa de uma tendência cultural e política do seu tempo, num mundo que Eça de Queiroz qualificou de “oficial, constitucional, burguês, doutrinário e grave” (Uma campanha alegre, s.d.., p.11). Exemplo dos seus dotes de romântico tardio é a Morgadinha de Valflor (1869), um drama em cinco actos representado durante largos anos e traduzido em várias línguas, história de um amor contrariado entre uma jovem aristocrata (a Morgadinha) e um pintor plebeu e republicano, que acaba com a morte deste último; ou O drama do povo (1876), cuja acção se desenrola no tempo da ocupação francesa, a fuga da família real para o Brasil. Esta narrativa valeria ao seu autor a acusação de ser guerrilheiro e “petroleiro” (isto é comunista). Registe-se contudo a frontalidade com que se confrontou com os seus adversários, nas várias polémicas em que se envolveu. Por exemplo, no folhetim que publicou em Novembro de 1865 no Jornal do Comércio, em que criticava duramente a “escola de Coimbra” e a posição de Antero de Quental, não escondia que o motivo da sua intervenção nada tinha de literário, era “simplesmente o despeito” que lhe causava “a independência que não vem enfileirar-se nas nossas falanges, nem jurar fidelidade aos nossos generais” - referia-se ao seu mestre Castilho (in Alberto Ferreira, Bom Senso e Bom Gosto...vol.I, p.94). |
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