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Já entre a elite política, como liberal conservador Chagas foi, durante mais de vinte anos, uma presença muito activa no espaço público. Foi pela primeira vez deputado em 1871, pelo círculo eleitoral da Covilhã, ligado à pequena facção política do Partido Constituinte, de José Dias Ferreira, com o patrocínio do seu amigo Manuel Vaz Preto (um cacique da Beira-Baixa). Esta facção viria a aliar-se aos regeneradores e avilistas e a apoiar um governo de Fontes Pereira de Melo em 1871. Chagas dirigiu periódicos como O Diário da Manhã (fundado em 1871) e A Discussão (1875, órgão daquele grupo político, que passaria a designar-se de Diário da Manhã em 1876). A primazia que deu a este cargo político – foi eleito sucessivamente deputado em 9 legislaturas – levou-o a deixar para trás a actividade docente. Mas desempenhou diversos outros cargos públicos de destaque, entre eles o de Par do Reino (1892), Presidente da Junta do Crédito Público (1893), secretário da Academia das Ciências, presidente da Associação dos Homens de Letras e Jornalistas de Lisboa e membro do Conselho Superior de Instrução Pública. Como compreender então o seu interesse em candidatar-se por diversas vezes a funções docentes no Curso Superior de Letras? Sem dúvida pelo capital simbólico que envolvia. A sua trajectória é aliás sintomática: à estreia literária como autor de poemas, dramaturgo e jornalista segue-se a estreia como deputado, e depois a promoção a ministro e Par do Reino. A relevância da retórica e dos dotes dos literatos em geral na promoção política foram aliás bem notados no seu tempo por Eça de Queiroz e Oliveira Martins. |
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