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O seu magistério como docente universitário foi seguido por um grande número de alunos que o acompanharam com fidelidade. O conjunto de distintos discípulos não foi, no entanto, acompanhado pela fundação de uma verdadeira escola de orientalistas como sucedia em Espanha, França e noutros países da Europa. David Lopes teve um aluno distinto e investigador de mérito, Abílio Manuel Roseira (1898-1935), que devia suceder-lhe como professor de árabe na Faculdade de Letras de Lisboa. Com essa intenção foi estudar para Madrid, onde veio a falecer subitamente (Machado, Cartas dirigidas a David Lopes, pp. 25 e 469-475). Apesar disso, avultavam em Portugal orientalistas como Francisco Maria Esteves Pereira – David Lopes escreveu, aliás, um artigo sobre este investigador, intitulado “Um orientalista português”, na Revista da Faculdade de Letras, nº 7, 1940 – e Sebastião Rodolfo Dalgado. Como resultado da sua competência, trabalho e conhecimentos, foi autor de uma numerosa bibliografia na qual se sublinha a originalidade e o rigor histórico e filológico. Procedeu à publicação de numerosas fontes inéditas (muitas delas em árabe), onde demonstrou a sua capacidade crítica e boa fundamentação argumentativa que permanecem válidas ainda hoje. Alguns dos trabalhos foram publicados pela Academia das Ciências de Lisboa entre 1910-11, como a obra já referida Os árabes na obra de Alexandre Herculano onde foram editados vários textos traduzidos e comentados. Mas além da história e das fontes para o estudo da presença árabe em Portugal, o autor investigou ainda a origem de diversos topónimos de origem árabe, vindo a obter a aprovação de outros especialistas da sua época. Esta investigação foi retomada em 1968, quando a recolha de grande parte dos artigos dispersos foi publicada por José Pedro Machado sob o título Nomes árabes de terras portuguesas. O labor de David Lopes no campo de estudos orientais traduziu-se na publicação de diversas obras, na edição de textos árabes e respectiva tradução. Procedeu à recolha de fontes para a história portuguesa e, ainda, à identificação de muitas palavras de origem portuguesa que foram recebidas nos idiomas orientais. No seu primeiro trabalho de investigação, ainda no ano em que estudava em Paris, foram referidas as navegações no Golfo Pérsico e no Oceano Índico, em particular do célebre Ibn Mâjid (Extratos da História da conquista do Yaman pelos Othomanos. Contribuições para a História do estabelecimento dos portugueses na Índia, 1892). |
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