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Ibn Mâjid nascera por volta de 1421, vindo a falecer em 1500. Referido como “o leão dos mares”, era oriundo de Julfar, um porto no Golfo pérsico, no emirado de Ra’s al-Khayma, e os seus roteiros foram escritos no século XV. A identificação feita por Gabriel Ferrand teve uma enorme repercussão nos meios de pesquisa histórica e levou a um cuidadoso estudo que comprovou o valor dos roteiros do piloto árabe e a influência que tivera nos meios de navegação nas águas do oceano Índico e mares adjacentes. No entanto, parece seguro que não teria sido Ibn Mâjid a levar os nautas portugueses à Índia, mas sim um piloto habituado a navegar para a costa ocidental da Índia e natural dessa região, como referem Fernão Lopes de Castanheda e João de Barros. David Lopes estava muito atento à história dos portugueses nas terras e mares do Oriente e, por isso, preparou a edição da Chronica dos Reis de Bisnaga (1897) – publicação feita como contribuição da Sociedade de Geografia para o IV Centenário do Descobrimento da Índia. Ao proceder às investigações sobre o tema, David Lopes pôde consultar uma grande soma de livros em inglês, dado a Índia pertencer então ao Império Britânico. Assim, redigiu uma longa introdução em que referiu a história do grande território de Vijayanagar (Bisnaga) e as lutas travadas com os muçulmanos que tinham invadido a Índia, e, ainda, as relações dos portugueses com as populações do grande reino interior – mas que possuía alguns portos na costa do Malabar e um grande território na costa de Coromandel. A obra inclui dois textos: o primeiro é de Fernão Nunes, escritopor volta de 1535, e o segundo de Domingos Paes, datável de c. 1525. David Lopes procedeu também à leitura de cronistas coevos e a demoradas investigações nos arquivos. Refere a Biblioteca Nacional de Lisboa, a Torre do Tombo (onde consultou o Corpo Chronologico, as Chancelarias de D. Manuel, D. João III e D. Sebastião) e as Gavetas e os Documentos remetidos da India. Deslocou-se à Biblioteca Municipal do Porto e à Biblioteca Pública de Évora, com frustes resultados. O cuidado heurístico foi acompanhado por transcrições dos documentos muito rigorosas, com critérios ainda hoje válidos. Afirma que procedeu “a algumas pequenas modificações ao original: a primeira foi pontuar o texto; a segunda desfazer as abreviaturas; a terceira regularizar o emprego das letras maiusculas e minusculas no interior do periodo, reservando aquellas para os nomes próprios (…) separar palavras que estão escriptas juntas (…) omitimos, por desnecessarias, as cedilhas fóra das condições normaes de linguagem actual, assim como substituímos o u por v nas mesmas condições, conservámos orthografia da época”. |
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