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A relação pessoal do professor David Lopes com Robert Ricard e Marcel Bataillon – dois antigos leitores de francês na Faculdade de Letras de Lisboa num período em que a França assumia o protetorado em Marrocos (1912) e pretendia conhecer o passado histórico do país – contribuiu para que David Lopes se dedicasse a esse trabalho até ao fim da vida. As principais publicações foram os Anais de Arzila, a História de Arzila, a colaboração em Les sources inédites de l'Histoire du Maroc e a série de artigos Os Portugueses em Marrocos, incluídos na História de Portugal dirigida por Damião Peres, nos volumes III e IV (1928). Antes, já tinha escrito o capítulo “O domínio árabe” nessa mesma História de Portugal, no primeiro tomo. Durante os anos que permaneceu em França, David Lopes pôde participar no ambiente cultural e de investigação científica em história e em temas de interesse oriental que dominavam naquele país. Desse período datam as obras Extractos da conquista do Iémen (1892) a Crónica de Zinadim e a História dos Portugueses no Malabar (1898). Para as contextualizar, foi necessário proceder a um atento estudo das crónicas portuguesas e documentos de arquivo em Portugal e noutros países europeus. Da pesquisa resultou a recolha de numerosos exemplos da expansão da língua portuguesa nos territórios em que os povos se correspondiam e dialogavam com outros estrangeiros, como os holandeses e ingleses. A publicação da Chronica dos reis Bisnaga, a sua tradução por Robert Sewell e o largo contacto epistolográfico com Ronald Ferguson estão na origem da publicação das Cartas de Rajá Singa II, rei de Cândia, aos holandeses (1636-1660), Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa (1907) em que o monarca cingalês se correspondia em português com os holandeses. Paralelamente, David Lopes prosseguiu a investigação nesta área, recolhendo inúmeras fontes em viagens a Paris, Londres e aos Países Baixos. Só em 1936 publicou A expansão da Língua Portuguesa no Oriente nos séculos XVI, XVII e XVIII. Ao atingir o limite de idade em 1937, David Lopes foi substituído por Joaquim de Abreu Figanier (1898-1962), que ensinou na Faculdade de Letras até 1945. Nesse ano, uma reforma universitária mudou o ensino do árabe e do sânscrito para a Escola Superior Colonial (mais tarde denominada de Instituto Superior de Estudos Ultramarinos e, depois, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas). Com a diminuição do índice remuneratório, Joaquim Figanier teve de concorrer ao ensino liceal como professor de francês, mas aceitou continuar a colaborar com aquele Instituto. Manteve os mesmos temas e metodologia de investigação de David Lopes. Foi autor de uma vasta bibliografia e, entre muitas obras, publicou a História de Santa Cruz de Cabo de Gué (Agadir) 1505-1541 (1945). |
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