| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Vicente Maria de Moura Coutinho de Almeida d’Eça nasceu a 15 de agosto de 1852 no Porto, no seio de uma família com ascendência aristocrática. Os seus avós paternos, Dionísio de Moura Coutinho de Almeida d’Eça (1778-?), Cavaleiro da Ordem de Cristo e Capitão de Esgueira (Aveiro) e Teresa Febrónia de Paiva e Sousa (1784-1849), foram progenitores de uma vasta prole de dez filhos. Um desses filhos, Vicente de Moura Coutinho de Almeida d’Eça (1819-1888), fidalgo da Casa Real, engenheiro, que prestou serviço na Direção de Obras Públicas, contraiu matrimónio com Maria Júlia Barbosa de Lima. Desse casamento nasceria Vicente de Almeida d’Eça, futuro oficial da Marinha, que virá a casar no Porto, em 1877, com Joana de Oliveira de Queirós. Tal como refere na primeira página do seu diário, Anais de um Guarda-Marinha, o jovem Vicente Almeida d’Eça, assentou praça na Marinha como aspirante extraordinário (1870), e efetuou exame na Escola Politécnica no ano seguinte. Promovido a aspirante (1871), concluiu o 2º ano da Escola Naval em 1873. Seguiu-se o embarque, pela primeira vez, na fragata D. Fernando II e Glória, onde foi promovido a guarda-marinha (1874). Embarcou nos dez anos seguintes em diferentes navios à vela: a corveta Infante D. João, a fragata D. Fernando II e Glória, a corveta Bartolomeu Dias, a barca Martinho de Melo, a corveta Sá da Bandeira; assim como em navios mistos, a vela e a vapor, como as corvetas Mindelo, Estefânia e a corveta couraçada Vasco da Gama; ou ainda em navios exclusivamente a vapor, como o Quelimane. Promovido a segundo-tenente em 1877 e a primeiro-tenente em 1884, submeteu-se, entretanto, a concurso para lecionar a 6ª cadeira da Escola Naval: Direito Marítimo Internacional e História Marítima, no qual fica aprovado. É dessa forma que, por decreto de 18 de maio de 1885, ocupa o lugar de lente da Escola Naval, substituindo o almirante Carlos Testa, no ensino daquelas disciplinas aos futuros oficiais da Marinha. Lecionaria na Escola Naval até ao fim da sua carreira. Vicente Almeida d’Eça apresentara em 1885, para o concurso a lente da Escola Naval, uma dissertação com o título Do Exercício da Pesca Marítima. Tratava-se de um estudo sobre o “exercício da pesca marítima perante o Direito Internacional”. Uma das suas conclusões era que a pesca seria “uma consequência imediata da possibilidade que tem o homem de fazer uso do mar”. Nessa perspectiva, a acção marítima de um Estado era exercida de muitos modos, e teria de ser inserida na história do uso do mar pelos homens, que surgia como o tema principal da História Marítima. |
|||||||||||||