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Eça, Vicente Maria de Moura Coutinho de Almeida d’ | |||||||||||||
E mostrando interesse, pouco comum no seu tempo, por uma “gramática das civilizações”, aconselhava os investigadores para que não se remetessem ao que os escritores da Antiguidade Clássica haviam deixado escrito, mas deveriam alargar as suas investigações a outros povos que não tinham sido retratados: chineses, japoneses, indianos, povos ameríndios (Ibidem, p. 6). Almeida d’Eça advogava que os portugueses foram inteiramente diferentes na colonização, pois tinham gerado sub-raças crioulas, mestiças, presentes nos casamentos determinados por Afonso de Albuquerque até aos soldados e trabalhadores das roças do seu tempo “Por todo o mundo o sangue português se mistura com os das gentes conquistadas.” (A Abertura, p.18). O melhor exemplo seria o do Brasil, que ilustrava com leituras de Sílvio Romero e Artur Guimarães. Procurando a reconstituição dos factos passados, Almeida d’Eça lembrava que “Todo o homem é do seu tempo, e só visto no seu tempo pode ser avaliado; por isso é de boa crítica, conveniente e indispensável, estudar a época para apreciar o homem.” (A Obra Scientífica do Visconde de Santarém, p.7). Seguia de perto o Visconde de Santarém e Latino Coelho, e a obra de Alexander von Humboldt, como o impulsionador da moderna Geografia, a que associava, Major, Guizot, Frédéric Lacroix, Engelmann. As Noções elementares de Geografia, Cronologia e Corografia de Portugal, obra de síntese do lente da Escola Naval, foi um dos compêndios escolares de Geografia mais difundidos nas escolas, desde a reforma curricular de 1894 de Jaime Moniz, até à introdução dos programas republicanos para a instrução primária em 1921. Na ótica de Almeida d’Eça, deveria a “Geografia ser considerada e reconhecida como o compêndio, o transunto, a síntese de todo o saber humano.” (Ibidem, pp. 10-11). Pensava que os Descobrimentos marítimos seriam a parte mais importante para se estudar a História da Geografia (Viagens e Descobrimentos Marítimos p. 5). Nas épocas que se seguiram aos Descobrimentos, houve a tendência para certos autores estrangeiros diminuírem o grandioso papel de Portugal, deprimindo a glória que justamente aureolava a nação portuguesa (Viagens e Descobrimento, p. 38). Releve-se ainda a incursão Almeida d’Eça no campo biográfico, ao estudar a vida e a obra dos almirantes José Baptista de Andrade e Carlos Testa, a ação e os estudos de Luciano Cordeiro, o infante D. Henrique e o navegador Afonso de Albuquerque. Almeida d’Eça propôs um programa educativo para os oficiais da Marinha, assente num leque de requisitos para a vida do mar, que abarcava um conjunto amplo de saberes e disciplinas. |
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