Em 1946, o livro foi reeditado e, novamente, em 1953, com o acréscimo de nove ensaios com temáticas correlatas ao título: Evolução política do Brasil e outros estudos. A disputa política grassava em torno do caráter nacionalista da economia e da mobilização popular na campanha pelo monopólio estatal do petróleo e a criação das empresas de energia, Petrobrás e Eletrobrás, durante o segundo governo Vargas (1951-1954). O livro reapareceu com a intenção de contestação e de transformação social, livre do capital estrangeiro e voltada para as necessidades do desenvolvimento autônomo do país. Estas serão marcas distintivas do pensamento e da atuação política do autor.

Publicou o seu primeiro relato de viagem, URSS, um novo mundo, em 1934. O livro foi tema de conferencias e debates, alcançado rapidamente a segunda edição, proibida e apreendida pela polícia já em 1935. Nas décadas de 1940 e 1960 redigiu outros comentários de viagens aos países socialistas na Europa, Cuba e China.

A continuidade da obra histórica veio com o seu terceiro livro, Formação do Brasil contemporâneo: colônia, publicado em 1942. A obra previa um estudo alentado até o século XX, no momento de sua redação. O programado não ocorreu e o título ficou reduzido ao único volume. Este oferece ao leitor extensa análise de diferentes aspectos da vida colonial, particularmente, os demográficos, econômicos e sociais. Observamos também a rotação de perspectivas em relação ao seu primeiro livro. Naquele a ênfase analítica recaiu sobre as perspectivas de mudanças políticas, ao passo que neste é a permanência e a persistência da condição social e econômica que remonta aos três séculos de domínio português. A situação era resultado da perseverança do “sentido da colonização”, o ordenamento do espaço, do trabalho, da produção, da circulação de bens e de pessoas, da administração aos ditames do jugo colonial, o fornecimento de mercadorias altamente rentáveis no mercado europeu, notadamente os produtos agrícolas e a extração mineral nas zonas tropicais. O “sentido da colonização” estaria no cerne da economia brasileira, tendo perdurado ao longo dos séculos XIX e XX. Era ele o responsável pela dependência econômica do mercado externo, da necessidade de elevados índices de produção e a baixa qualificação técnica, da brutal exploração do trabalho, da depleção de recursos florestais e dos solos agricultáveis. Fenômenos observáveis em todas as regiões brasileiras e ao longo de 400 anos de ocupação e de exploração econômica sistemática das riquezas naturais nesta porção do globo.

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