O controlado regresso, o impedimento de desempenhar funções públicas, o não reconhecimento do doutoramento e a recusa de uma bolsa por parte do IAC (Instituto de Alta Cultura) para prosseguir as investigações sobre a História Contemporânea Portuguesa levam-no a escrever Regressar para quê? em 1970, obra que foi apreendida pela PIDE na própria semana em que foi posta à venda. Investe então na sua actividade de livreiro e transforma a livraria num ponto de encontro de intelectuais, democratas e oposicionistas. Participa nos Congressos Republicanos de Aveiro e nas eleições de 1973, onde a Oposição teve, uma vez mais, de desistir.

Só em 1974, após a revogação do decreto 25 317 de 13 de Maio de 1935 e a promulgação em 26 de Abril do n.º 173/74 que determinou a reintegração dos servidores do Estado nas funções públicas de que tivessem sido afastados por motivos de natureza política, foi possível a sua dedicação à docência universitária, uma vez aprovada por unanimidade a sua candidatura à Faculdade de Letras do Porto em Julho de 1974. No mesmo ano foi também convidado pelas Faculdades de Letras de Lisboa e de Economia do Porto, convites que declinou. Como professor auxiliar, em regime de requisição, após a reintegração no quadro do 10.º Grupo A da Escola Técnica Alberto Sampaio, fica responsável pelas cadeiras de “História Contemporânea de Portugal e Península Ibérica”, “Economia e Sociedade”, “História do Colonialismo e da Descolonização” e “Seminário de História Contemporânea”. Em regime de acumulação colabora com a Universidade do Minho entre 1975/76 e 1979, regendo “Cultura Portuguesa I e II” e “Sociedade e Cultura Portuguesa I e II”. Em 1979 foi o primeiro deputado eleito pelo Partido Comunista Português no círculo eleitoral de Braga (marcou presença na Assembleia da República entre 3 de Janeiro de 1980 e 12 de Novembro do mesmo ano). Nas eleições legislativas de 1980 repetiu essa eleição (havendo registo da sua passagem pela A.R. entre 13 de Novembro de 1980 e 30 de Maio de 1983). Nas eleições autárquicas de 1985, nessa altura já fixado em Rio de Mouro, foi candidato em Sintra e eleito presidente da Assembleia Municipal.

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