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Percebe-se: havia que refazer a genealogia do reacionarismo à luz dos “sacramentos da Tradição”, a persistência e recorrência dos usos, práticas ancestrais e costumes, uma espécie de depósito da experiência inconsciente dos séculos, que balizariam uma alma nacional, o Volksgeist da historiografia romântica (a “tua árvore genealógica, os títulos do teu morgado, os direitos do teu povo, o Portugalia, o Portugalia: bona regio” – De vita et moribus, 1931, 141). Mas nesse programa ideológico a invocação da história e o apólogo da pátria exemplaridade, no caudal ultrarromântico mesmo do nacionalismo, serão utilizados como suporte empírico e normativo de uma demonstração prática da nação, tida como indesmentível facto a forteriori, e dedução teórica da inevitabilidade da contra-revolução antiliberal, antirrepublicana e anticomunista, a partir do momento em que os ecos iniciais da revolução soviética de 1917 chegavam ao cais das colunas. Ciceriana magistra vitae, a história seria o palco experimental (e dedutivo) que permitiria a o estudo e observação da ontogenia autoritária, senão mesmo de uma autêntica ontologia, como escreve nos primórdios AS, “demonstrarei (…) adentro da nossa história, essa complexa identificação do factor populacional como o elemento Autoridade” (Glossário dos tempos, 147). |
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