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O caudal dessa autoproclamada renovação da história, fora enunciado assim como “um necessário trabalho de revisão” que “se impõe simultaneamente – espécie de breviário de correções e erratas, em que se instrua o processo das diversas lendas negras que deprimem a face augusta do nosso Passado. Com o objetivo de nos mostrar Portugal, sobretudo, como uma personalidade moral, prolongando-se uno e contínuo, essa História, a fazer-se, sem cair no detalhe excessivo, não deve também esquecer a revisão correspondente dos juízos e conceitos preconcebidos” (À sombra dos pórticos, cit., 90). O que passava pela refutação das teses liberais, pois só através de mediações contra-revolucionárias da história “desse modo compreendemos o que o Liberalismo foi em Portugal e como a República, sua filha bastarda ou legítima – não importa! – entronca nele diretamente”. E daí a opção por uma historiografia que privilegiasse a biografia dos grandes homens como sínteses maiores de cada época (e neste sentido AS alargou claramente certo gosto pela genealogia e pelos Livros de Linhagens, o que se casava bem com a sua profissão de fé monárquica e anticonstitucional). Exemplo maior, a reabilitação de D. Miguel trazia consigo “a legitimidade do direito dinástico e a legitimidade da escolha nacional”, paradigma a reação contra a “série de atropelos, de latrocínios e desvergonhas” do “constitucionalismo de importação” de 1820 (Ao ritmo da ampulheta, 209-210). Filão para uma procissão de incontáveis «erratas à história» de Portugal que enxamearam o Estado Novo e que colocaram as ciências históricas como o must ideológico do nacionalismo. |
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