Esteve igualmente associado a várias instituições culturais e científicas: Sociedade Portuguesa de História da Civilização (1949-53); Centro de Estudos do Século XIX (1970), do qual é co-fundador, juntamente com Vitorino Nemésio, José-Augusto França e José Tengarrinha; membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, com o pelouro da Ciência (1975-1995); presidente do Centro de Estudos de História do Atlântico (1992-97). Colaborou ainda em inúmeros jornais e revistas (Diário de Lisboa, Análise Social, Vértice, Seara Nova, O Tempo e o Modo, Annales, etc.), realizando ainda traduções de algumas obras.

Não obstante a sua actividade na docência, irá iniciar, sobretudo a partir da década de 50, uma intensa publicação de estudos históricos, primeiro sobre a época medieval, com uma breve passagem pela época moderna, firmando-se definitivamente no estudo do oitocentismo português, que constitui o grosso da sua obra. A que se deveu este interesse pelo século XIX, tão diferente cronologicamente dos seus primeiros estudos? Antes de mais, note-se a diversidade temática dos seus estudos: para além do interesse pelos intelectuais portugueses já referido, interessou-se pelo pensamento político contemporâneo, historiografia (com especial interesse por Alexandre Herculano, Oliveira Martins, António Sérgio ou Jaime Cortesão), inovação e implementação técnica, emigração e demografia, desenvolvimento e ambiência do quotidiano de Lisboa, sebastianismo, a situação da mulher portuguesa, sem esquecer temas como «em torno da experiência oitocentista do tédio» (1962).

Esta multiplicidade de interesses está patente numa obra que dirige e à qual o seu nome é indissociável, dando-lhe uma projecção muito para além do restrito mundo universitário. Referimo-nos obviamente ao Dicionário de história de Portugal (DHP), publicado em 4 volumes entre 1963-1971, tendo posteriormente outras edições, às quais se acrescentará uma extensão mais centrada no século XX (coordenada por António Barreto e Maria Filomena Mónica). O DHP é reconhecido entre os historiadores pela sua inovação e utilidade, ainda nos dias de hoje. Eram, aliás, estes objectivos que norteavam a condução deste projecto, como descreve no prefácio à obra em 1963: dar aos leitores informações fidedignas e actualizadas da história de Portugal; incentivar a abertura de novas perspectivas inovadoras na investigação histórica.

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