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No discurso do escritor devemos destacar as seguintes vertentes: amor da tradição, desprezo pela “populaça”, apologia do governo forte de elites e crença na desigualdade natural. Relativamente à tradição não se trata da tradição tal como ela foi teorizada, entre todos, pela pena de Herculano. Para este havia uma tradição legítima (Idade Média) e uma ilegítima (absolutismo). Para Soriano a tradição assume o sentido linear da história que o país foi construindo, ao longo dos séculos, desde a sua fundação, abruptamente interrompida pela revolução liberal. No seu discurso a primazia, na acção política, deve caber à ponderação da realidade e da experiência e não “às teorias abstractas do governo parlamentar”. O escritor aceita a necessidade de reformas, que prefere designar por “salutares melhoramentos”, mas, na condição de que “as reformas não sejam piores do que o existente”. No seu entender, o liberalismo não seguiu esse preceito. As classes médias perpetuaram os “antigos abusos” (História da Guerra Civil…,1866-90, vol. XVII, p.361), e o escritor chega a afirmar preferir “o despotismo ilustrado dos reis ao despotismo de certos liberais”(Ob. Cit., vol. XI, p.XIII). |
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