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Soriano, tendo feito uma ascensão social notável, nunca deixou de se sentir, acima de tudo, o soldado plebeu aprisionado no barracão de Plymouth, a anos-luz da elite liberal de extracção aristocrática. Essa identidade de homem “nascido nas obscuras fileiras do povo” (Revelações…,1860, p.627) não o impediu de fazer uma bem sucedida carreira como alto funcionário do estado e de ter sido nomeado pelo novo poder para fixar para o futuro a história da luta do exército liberal contra o miguelismo. Se a governação liberal esperava obter uma história de exaltação das façanhas dos seus heróis, o que teve foi um relato que desacredita dos ideais dos homens, para lhes apontar a “mesquinhez”, as “paixões” e os “vícios”. Todavia, a sua obra não deixa, por isso, de ser a de “um paciente beneditino, dia a dia compendiando factos, um a um os comentando com prolixidade fastidiosa”, nas palavras de Fidelino de Figueiredo (História da Literatura…, p.269). Embora fastidioso, permanece um autor imprescindível para o conhecimento da guerra civil e do processo de implantação do liberalismo em Portugal. |
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