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Robert Southey é sem dúvida um nome incontornável para a compreensão das complexidades relativas aos processos de formação da nação que se deram no Brasil, em Portugal e na Grã-Bretanha, assim como para o entendimento das práticas relativas à historiografia e literatura modernas. Evocar o seu nome implica de imediato na abertura para conceitos, linguagens, narrativas e afetos que perpassaram a sua prática como historiador, poeta, biógrafo e ensaísta. Sua atividade intensa como escritor implicou na elaboração e enunciação de projetos de nação em disputa no mundo lusófono e britânico, que tiveram ressonância significativa na opinião pública. Robert Southey foi um homem de letras completo e multifacetado, de forma que a sua obra e a sua personalidade resistem a quaisquer esquematismos ou definições solares, tendo em vista a constituição de suas sensibilidades em meio a fronteiras espaciais, historiográficas e literárias fluidas. Robert Southey nasceu em Bristol, na Inglaterra, em 12 de agosto de 1774. Filho do modesto comerciante Robert Southey e de Margaret Hill. Seus tios maternos exerceram grande influência em sua vida. Na infância, Southey passou longas temporadas com a meia irmã de Margaret, Elizabeth Tyler, residindo com ela em Bath, Bedminster e Bristol. Em 1788, iniciou seus estudos em Westminster. Lá, conheceu Grovesnor Bedford e Charles Wynn, que se tornaram seus amigos e correspondentes por toda a vida. Wynn, oriundo de família nobre, ajudou Southey durante sua carreira, fosse com a concessão de pensões, ou por meio de sua influência política. Em Westminster, acabou sendo expulso por expressar objeção às punições corporais às quais os estudantes eram submetidos. Em janeiro de 1793, foi admitido no Balliol College, em Oxford. O seu pai morreu falido em dezembro de 1792, sendo o tio materno, Herbert Hill, o responsável pelo custeio dos seus estudos. Enquanto Hill tinha a expectativa do sobrinho se tornar um clérigo anglicano como ele, Southey nutria grande entusiasmo com os desdobramentos populares da Revolução Francesa. |
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