Anais da Academia Portuguesa da História, (1940-1989)
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É neste contexto que surgem, em 1940, os Anais da Academia Portuguesa da História: um periódico da responsabilidade do Conselho Académico e que almejava o aprofundamento do conhecimento histórico através da investigação e a sua profusão nos meios letrados. Os Anais representam o esforço de lançar nova investigação sobre temas de interesse para a história nacional de forma faseada (em volumes). Foram divididos em duas séries, cada qual com as suas especificidades e objetos de estudo: enquanto a primeira se foca no centenário da fundação do Reino de Portugal e da Restauração da Independência, a segunda remete para temas mais variados e dispersos no tempo, desde os tempos medievais ao período contemporâneo. Para o efeito, os autores recorreram a personagens, episódios ou a fenómenos particulares desses períodos para formular e diversificar as suas narrativas.
Os trabalhos da primeira série convergem para dois grandes tópicos históricos – a formação do Reino de Portugal, no século XII, e a recuperação da independência face a Espanha no século XVII – num momento em que se celebrava o seu duplo centenário, na década de 1940. Como forma de comemorar esses acontecimentos, a APH (com o patrocínio do Estado) recorreu a um conjunto alargado de historiadores para elaborar as narrativas, destacando-se a colaboração de Damião Peres, Alfredo Pimenta, António Baião, Gastão de Melo de Matos, António Rodrigues Cavalheiro e Paulo Merêa – entre outros, quase todos nomeados por despacho do governo (Luís Reis Torgal, História da História em Portugal, 1996, 252-54). Estes historiadores buscaram a elaboração de trabalhos sobre matérias que então receberam um novo ânimo e serviram de alicerces para análises futuras. Refira-se ainda que as edições deste ciclo são irregulares: os 14 volumes, compreendidos entre 1940 e 1959, foram publicados anualmente, bianualmente ou com intervalos de tempo mais curtos (chegou-se mesmo a publicar mais do que um volume por ano).