No século XIX, a História da Educação correspondeu essencialmente a uma disciplina na formação dos professores de ensino primário, incidindo na análise diacrónica do percurso evolutivo dos sistemas educativos e das instituições escolares oficiais e privadas, cujos planos de estudo se apoiavam sobretudo na legislação oficial produzida (projetos, reformas, decretos) e em relatórios publicados juntamente com essa documentação. Foi no início da segunda metade do século XIX que nos currículos da Escola Normal Primária de Marvila (masculina) e da Escola Normal Primária do Calvário (feminina) se introduziram, pela primeira vez, algumas noções de história da educação na introdução à disciplina de Pedagogia Prática, Legislação e Administração do Ensino. Luís Filipe Leite foi o seu primeiro professor na Escola de Marvila.
Só em 1881, com o ministro da tutela Rodrigues Sampaio foram incluídas na disciplina de Pedagogia, Metodologia e Legislação do currículo das escolas de ensino normal primário temáticas dedicadas à História da Pedagogia e à História da Instrução Nacional (Decreto de 28 de julho), centradas nas ideias pedagógicas e nos factos educativos, conteúdos que se mantiveram nas reformas monárquicas posteriores até à grande reforma republicana dos planos de estudo de formação de professores do ensino primário (decreto n.º 6.023, de 7 de novembro de 1919), que cria duas cadeiras de âmbito histórico, a Pedagogia Geral e História da Educação e a História da Instrução Popular em Portugal.
No que respeita à formação dos professores do ensino secundário, em finais da Monarquia Constitucional, quando é criado o Curso de Habilitação para o Magistério Secundário a funcionar no Curso Superior de Letras, no seu currículo inscrevia-se a disciplina de História da Pedagogia (decretos de 24 de dezembro de 1901 e 3 de outubro de 1902), sendo seu primeiro professor José Maria Queirós Veloso. Esta disciplina autónoma é mantida no plano de estudos das efémeras Escolas Normais Superiores.