Nos últimos anos, a história da educação tem registado um incremento de publicações seja em livro seja em artigos, resultantes de estudos académicos de pós-graduação no âmbito dos programas de mestrado e doutoramento, de projetos nacionais e internacionais com uma significativa cooperação interdisciplinar e de trabalhos individuais de investigadores. Há, contudo, áreas do conhecimento educativo na perspetiva histórica que continuam por investigar mais profundamente como sejam, entre outras, a evolução das finanças destinadas à Educação, a educação não formal, o sistema escolar privado e social, as propostas comparadas das oposições políticas, estudos regionais consistentes. Como também a organização de instrumentos de investigação temática identificando fundos documentais nacionais e regionais, assim como acervos arquivísticos e museológicos que venham a contribuir para o desenvolvimento da investigação, sua atualização e renovação. Como foi referido, nos últimos anos, o trabalho transdisciplinar dos historiadores da educação tem-se acentuado graças sobretudo à realização de alguns projetos de investigação mais amplos abrangendo diversas instituições universitárias e outras áreas das ciências humanas e sociais. No entanto, a investigação em história da educação necessita de outras abordagens incidindo, por exemplo, na relação da escola com a sociedade portuguesa, no papel desempenhado pelas estruturas administrativas regionais e locais, em projetos transnacionais e de perspetiva europeísta. Para Justino Magalhães, atualmente a História da Educação circunscreve-se a “um quadro que articula as dimensões de erudição, ciência e ensino” (A História da Educação em Portugal… 2005, p. 15), principalmente, da responsabilidade de historiadores e pedagogistas que funcionam simultaneamente como professores e investigadores.