Durante o Estado Novo, a História da Educação não registou um desenvolvimento significativo. As universidades não dispunham de condições para estimular a produção científica dos seus docentes e os temas de história da educação eram pouco estimulados na preparação de teses de licenciatura. Mas, na escassa bibliografia histórica sobre a educação, o ensino, as doutrinas pedagógicas no século XIX, encontram-se então alguns estudos eruditos de desigual dimensão e aprofundamento, que se foram publicando por iniciativa individual, com caráter descritivista e baseados em fontes primárias mais acessíveis. Novidade na investigação em história da educação é devida ao trabalho de Rómulo de Carvalho, História da fundação doColégio Real dos Nobres de Lisboa (1761-1772), aproximando-se das conceções da Nova História, ao trabalhar um corpus documental original existente em diversos acervos. Em inícios da década de 1960, a investigação sobre a história da educação começa a revelar uma tendência renovadora, oposta à simples história erudita e descritiva. Foram então pioneiros os trabalhos de Luís de Albuquerque que estudou o desenvolvimento dos ensinos primário e secundário nos primeiros anos do liberalismo, com base na exploração minuciosa de fontes manuscritas (reformas escolares, estatísticas…) e impressas (folhetos, jornais e revistas, livros…). Também Joel Serrão fez alguma incursão por esta nova tendência não só em estudos parciais publicados como no Dicionário de História de Portugal de que foi organizador (4 vols., 1963-1971), instrumento ainda hoje valioso de trabalho e de referência e no qual se inserem temas desenvolvidos de história da educação elaborados por autores reconhecidos, com destaque para a histórias dos diferentes níveis de ensino e escolas superiores - por exemplo, «Ensino das artes plásticas» (da autoria de Alfredo Betâmio de Almeida), «Ensino liceal» (Luís de Albuquerque), «Ensino primário e analfabetismo» (Rui Grácio), «Ensino técnico médio» (António Cristóvão Santos), «Universidade» (Luís de Albuquerque), «Escolas episcopais e paroquiais (Padre António Domingues), «Colégio das Artes» (Delfim Santos), «Colégio dos Nobres» e «Escola Politécnica» (Rómulo de Carvalho).