No início de Novecentos, começa a desenvolver-se uma nova orientação dos estudos de história da educação dirigida ainda à formação dos professores do ensino primário. Alberto Pimentel Filho prepara as Lições de pedagogia geral e de história da educação (1900) e Sílvio Pélico Filho publica um compêndio volumoso, segmentário, História da instrução popular em Portugal (1923), ambos destinados a livros de estudo nas escolas normais onde eram professores. Para a mesma época, destacam-se três obras eruditas de história da educação que preenchiam sobretudo uma função de legitimação ideológica e pragmática, constituindo recursos de reflexão sobre o passado mas que contribuiriam simultaneamente para a preparação de decisões no seu presente: A. J. Alves dos Santos elabora A nossa escola primária: o que tem sido, o que deve ser (1905); Alfredo Filipe de Matos publica O passado, o presente e o futuro da escola primária portuguesa (1907); M. A. Ferreira-Deusdado produz Educadores portugueses: bosquejo histórico de puericultura (1909).
Com a extinção das Escolas Normais Superiores (1930) e a criação do Curso de Ciências Pedagógicas nas três Faculdades de Letras destinado à formação dos professores liceais, é nele introduzida a cadeira semestral de História da Educação, Organização e Administração Escolares, cujos conteúdos de ensino pouco se diferenciavam da história das ideias ensinada aos futuros professores das escolas primárias, dando lugar a uma muito curta produção científica. Apesar das reformas das Faculdades de Letras em finais da década de 1950, no ensino da História da Educação não se registaram alterações de destaque, mantendo-se a preferência pela história das instituições escolares e das doutrinas pedagógicas. É, porém, nas áreas disciplinares da História da Cultura Portuguesa que se começa a manifestar algum interesse pelo estudo de reformas educativas e respetivas instituições de ensino oitocentistas.