A partir de 1976-1977, com as reformas educativas realizadas, a História da Educação foi progressivamente introduzida no plano de formação dos professores dos ensinos básico e secundário. E, com designações diversas enquanto disciplina académica, contribui inequivocamente para o progresso nas perspetivas e orientações científicas de trabalhos de história da educação. Com o reconhecimento académico dos cursos de Ciências da Educação, a área curricular de História da Educação e a investigação nesse domínio começaram a registar transformações, com a seleção de novos temas exigindo, por vezes, um cruzamento com outras áreas do conhecimento. São publicados trabalhos de tipo monográfico fundamentados em documentos inéditos existentes em arquivos que passaram a estar acessíveis, embora pouco organizados, seguindo sobretudo as orientações adotadas por historiadores da educação franceses e anglo-saxónicos. Do mesmo modo, nas Faculdades de Letras a história da educação ganha maior relevo nos cursos de História inserida como temática nas disciplinas da História da Cultura. Por outro lado, a publicação da primeira História do ensino em Portugal da autoria de Rómulo de Carvalho (1986), servindo-se de um conjunto importante de fontes primárias legislativas assim como de estudos parcelares até então publicados, constituiu um contributo notável para a iniciação nesta área do conhecimento, a nível universitário. A partir da última década do século passado, foram publicados dois instrumentos relevantes de pesquisa dirigidos por António Nóvoa - A imprensa de educação e ensino: repertório analítico (séculos XIX e XX) (1993)e Dicionário de educadores portugueses (2003) - a que se seguiu A Educação nos artigos de jornal durante o Estado Novo (1945-1969): um repertório cronológico, temático e onomástico, sob a coordenação de Áurea Adão (2012).