| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Devido ao seu trabalho nas áreas da História e do Direito, Marcelo Caetano era muito respeitado nas instituições universitárias do Brasil. Para além de ter sido professor na Universidade Gama Filho onde chegou a leccionar a cadeira de História das Ideias Filosóficas e Políticas em Portugal, viajou por todo o país para a apresentação de conferências e estudos. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Brasileira de Letras. Poderemos assinalar algumas conferências de teor histórico e jurídico: «Carlos Malheiro Dias, Historiador» (1975), «Alfrânio Peixoto e a História de Portugal» (1976), «Alexandre Herculano e a História de Portugal» (1977), «O município na História do Direito Brasileiro» (1978) (Marcelo Caetano no exílio…, 2006). No caso da conferência sobre Alexandre Herculano, Marcelo Caetano é ambíguo, isto é, se por um lado Herculano é merecedor de elogio, por outro, também sofre uma crítica severa, embora de teor “pessoal”, veja-se: “Senhores: é a grande admiração que tenho pela obra histórica de Alexandre Herculano que me leva a deplorar as facetas negativas da sua personalidade” (Marcelo Caetano no exílio, Estudos…, p.193). Volta à elaboração de Manuais e ao estudo do constitucionalismo, já com considerações sobre a Constituição de 1976, Constituições Portuguesas (4ª edição), actualizada com a análise da Constituição de 1976 (1978); retoma a investigação histórica do Direito Português, sendo o produto final publicado postumamente, o primeiro e único volume de História do Direito Português, Fontes – Direito Público, 1140-1495, obra comummente entendida como uma nova interpretação das Lições de História do Direito Português, de 1941 e 1961. Não obstante o produto final ser consensualmente entendido como a sua obra magna, embora se encontre hoje desactualizada em alguns aspectos, ergue-la foi tarefa difícil, que exigiu muito do autor. A falta de interlocutores com quem pudesse discutir os problemas, a doença, a falta de consulta de novas obras sobre a matéria, tudo isto constituiram dificuldades desta sua última obra, que podemos observar nas epístolas trocadas com Joaquim Veríssimo Serrão e Maria Helena Prieto. |
|||||||||||||