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Num quadro temporal diferente, Costa Lobo vai utilizar uma fonte pouco expectável para o seu propósito para defender a bandeira da história social. Em 1877 publica, através da Imprensa Nacional, Memorias de um Soldado da India, compiladas de um manuscrito portuguez do museu brutannico. É essencialmente a transcrição de uma fonte do século XVI, que Lobo encontra na secção portuguesa da coleção de manuscritos do Museu Britânico, mas o prefácio do seu compilador é bastante expressivo daquilo que são as suas ideias. Costa Lobo explica que decidiu proceder à sua transcrição. Antes de explicar o porquê, vai debruçar-se sobre o manuscrito. Descreve-o como tendo duas partes distintas, ambas relativas a más fortunas e experiências de Silveira. A primeira parte versa sobre a experiência negativa e traumática do soldado na Índia, onde desembarcara em 1585, e para a qual apresenta, dirigindo-se ao rei, um conjunto de soluções. A segunda parte versa sobre uma quezília que, retornado a Portugal, Silveira tem com um tabelião e sobre aquilo que apresenta como solução para tal. O interesse que Lobo demonstra neste texto é peculiar. Avança dizendo que aquilo que Silveira sugere não tem qualquer valor prático e adiciona que este demonstra vã confiança nas instituições como reguladoras dos males da sociedade. A partir daí, numa pincelada indelével de história social discorre que a sociedade se autorregula, definindo-a como “uma unidade orgânica dotada de consciência e liberdade”. Deste modo, ainda na senda da história social, a obra de Silveira seria contudo útil como um “subsídio para a história do império portuguez no Oriente” dado ser um relato coevo e demonstrativo de outro aspeto caricato, mas caro ao seu tempo de vida: o da “decrepitude do paiz” (Lobo, António S.S.C, Memórias de Um Soldado, 1877, pp. 6-8). |
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