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Ambos estes estudos são de média e larga escala e muito exemplificadores da amplidão dos temas abordados por Lobo nas suas investigações, mas há outros trabalhos do seu punho que o inculcam como historiador social. Assim, deve ressaltar-se primeiro Infanta D. Maria, Princesa de Castela. Recomendações de seus pais por ocasião do seu casamento, publicado em 1903, no Archivo Histórico Português. Lobo vai assumir um papel de comentador da crónica de Francisco de Andrade, em que este descreve as cerimónias do casamento. Nesse sentido, é dada especial atenção aos detalhes sobre questões protocolares e sobre o entourage de servidores da infanta. (Lobo, António S.S.C., “Infanta D. Maria”, 1903, pp. 132-237). Estas duas questões em específico parecem importar ao autor por poderem servir de pistas e poderem ser dados para um estudo da sociedade do século XVI, um dos principais objetivos do historiador. Destaca também a preeminência dos conselhos dados por D. Catarina em detrimento dos dados por D. João, e que apelam ao cumprimento dos deveres religiosos e à submissão marital ao imperador – conselhos estes que parecem bastante úteis como marcadores para a escrita de uma história social. No ano seguinte, no mesmo órgão, é publicado Um Campeão do Feminismo no Século XV. Neste trabalho aborda um estudo de caso sobre um notável chanceler portuense que, assoberbado com trabalho, delega funções na sua esposa. Acaba por indignar outros notáveis, vindo a ser alvo de uma queixa ao rei, que o admoesta e proíbe de delegar funções na esposa. Importa também a teoria de que, mesmo tendo sido alvo de grande descontentamento dos seus pares, Ayres Pinto, o chanceler em causa, apenas foi castigado pelo rei – o poder que Lobo, na sua obra magna, define como estando a sublimar-se e a dominar os poderes internos da sociedade de confederações (Lobo, António S.S.C., “Um Campeão do Feminismo…”, 1904, pp. 2-3.). Alguns anos mais tarde, entre 1916 e 1917, é publicado postumamente, nos Anais das Bibliotecas e Arquivos de Portugal , o estudo Autobiografia de um Frade Franciscano. À semelhança d’ O Rei também esta obra estava em execução aquando do falecimento de Lobo, tendo a finalidade de prefaciar o poema de Evangelista – a Joaneida . Assim, apresenta algumas ideias em torno de um manuscrito que afirma ser seu e que contém uma epopeia escrita por Frei João Evangelista. Primeiro é feita uma apresentação da estrutura externa da obra, que afirma ser um acidental “quadro de Portugal no século XVIII”. De seguida dá algumas notas biográficas sobre o autor, minimizando as capacidades deste enquanto escritor. (Lobo, António S.S.C, “Autobiografia de um Frade Franciscano”, 1917, pp. 185-188.). |
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