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O mais curto dos livros de marinharia que publicou foi o Livro de Marinharia de Pero Vaz Fragoso, tanto que não saiu em livro como os restantes mas em artigo, e depois em Separata. Paradoxalmente, é o que contém a melhor introdução no que diz respeito à clareza com que explanou conceitos básicos que se tornaram referenciais na disciplina: e foi fundamental para esclarecer a terminologia confusa com que muitos autores se lhes referem, bastando citar o caso do erroneamente designado Diário ou Jornal, que afinal é sim uma Relação da viagem de Vasco da Gama. Relembremos a forma como definiu Textos Náuticos: "todos os escritos de carácter náutico daqueles dois séculos [XVI e XVII] até agora conhecidos contêm três tipos de indicações: a) trechos que dizem exclusivamente respeito a regras de astronomia náutica e à pilotagem; b) descrições de carácter roteirístico, incluindo derrotas, conhecenças, entradas de barras, etc.; e c) 'diários de navegação' que registam dia a dia, como aliás a designação deixa prever, as observações dos pilotos feitas durante uma dada viagem.... Se um texto contém apenas informações do primeiro tipo, é de uso chamar-lhe guia náutico.... No caso de conterem somente indicações do segundo ou terceiro tipos são naturalmente chamados roteiros ou diários, consoante o caso. Mas por via de regra, os manuscritos mais antigos [do século XVI] incluem ensinamentos dos três géneros (embora sejam neles muito raros os diários) e é nesse caso que recebem o nome de livros de marinharia.... um livro de marinharia é sempre uma obra de compilação em que o piloto, um marinheiro ou um simples curioso reuniu textos que considerou de importância para o exercício da sua profissão ou de interesse puramente informativo e documental" ( O livro de marinharia de Pero Vaz Fragoso, 1977, pp.5-6). Centenas de colegas e amigos colaboraram nos estudos de homenagem com trabalhos científicos ou depoimentos. Estes últimos deixaram clara imagem da marca que Luís de Albuquerque deixou naqueles que tiveram o privilégio de com ele se cruzar nos caminhos da vida. Os adjectivos sucederam-se, mas, em vez de os reproduzir ou querer acrescentar mais alguns, se tal fosse possível, será mais adequado reproduzir o testemunho - simples, no mais elevado sentido do termo, como simples, no mesmo sentido, foi quem o mereceu - de um seu colega da Universidade: “A imagem que guardo deste notável professor da Universidade de Coimbra é a de um homem simples, que fez grandes coisas com a naturalidade dos espíritos superiores, que trabalham como se se limitassem a cumprir a simples obrigação de serem grandes” (Manuel de Oliveira Pulquério). |
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