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A actividade de Luís de Albuquerque foi sempre marcada pela assunção de responsabilidades múltiplas em planos diversos: o professor de Matemática foi também professor de História, o académico serviu a Universidade em vários cargos da maior importância, o cidadão serviu a cidade na qual viveu quase toda a vida com a mesma intensidade. Este empenho no serviço das instituições a que esteve ligado ou a pluralidade das contribuições universitárias reflectem bem tanto o seu carácter como a forma empenhada com que assumia os seus cometimentos. Pouco antes de uma década intensa ao serviço da Universidade foi Governador Civil do Distrito de Coimbra (1974-76), único cargo de natureza política que ocupará alguma vez, tendo tido uma meritória acção na cidade. Além de vários cargos na Faculdade de Ciências, foi vice-reitor da Universidade de 1978 a 1982, e desde 1978 foi ainda Director da Biblioteca Geral da Universidade (BGUC) até à data da jubilação, cargo de sua particular predilecção e durante o exercício do qual promoveu uma importante série de publicações sobre os seus temas de referência, a Náutica e a Cartografia. A título de exemplo mencionem-se os três volumes com que a Revista da Universidade de Coimbra (editada pela Biblioteca Geral) homenageou Armando Cortesão (vols. XXVI-XVIII), porventura o mais importante repositório conjunto de artigos publicados em Portugal nessa matéria; com maior diversidade temática o seu sucessor na BGUC, preparou-lhe igualmente três volumes de homenagem da mesma publicação, ainda em vida (vols. XXXV-XXXVII). Um elevado sentido ético no desempenho de cargos públicos não surpreende, atendendo ao seu perfil pessoal. Em 1974, Luís de Albuquerque iniciou a publicação dos seus Estudos de História na série Acta Universitatis Conimbrigensis editada pela BGUC (6 vols., 1974-78), uma compilação de artigos esparsos, cujos volumes III e IV incluíam as colaborações na História da Cartografia Portuguesa de Armando Cortesão. Editado o volume VI, suspendeu a publicação da série para não usar a posição que detinha na publicação dos seus próprios livros. Os anos oitenta foram de grande atividade: a colaboração com instituições externas à Universidade intensificou-se, a docência multiplicou-se por várias universidades: nos últimos de vida académica activa logo depois da jubilação leccionou na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde participou no arranque dos estudos pós-graduados de História dos Descobrimentos, nas Faculdades de Letras das Universidades de Lisboa e Coimbra, e ainda na Universidade Autónoma, não contando os numerosos seminários e cursos de curta duração que dirigiu em universidades portuguesas e estrangeiras; enfim, foi a época do reconhecimento público e da grande projecção da sua obra, com um rimo editorial intenso. Do ponto de vista científico é também uma época marcada pela assumpção clara de um papel pedagógico na divulgação da História dos Descobrimentos e das Navegações, mais que da História da Náutica e da Cartografia, voltado para um público mais alargado que o do leitor dos escritos científicos. Sucederam-se assim colectâneas de estudos e a publicação de livros e artigos em número apreciável, despoletados pela conjugação de vários factores. |
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