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Soares, Mário Alberto Nobre Lopes | |||||||||||||
Mário Soares nasceu em Lisboa, em 1924, filho de João Lopes Soares, Governador Civil, deputado e Ministro das Colónias durante a I República, e de Elisa Nobre Baptista. Frequentou o Colégio Moderno, fundado e administrado pelos seus pais – e onde tantos intelectuais da oposição ao regime encontraram trabalho leccionando. Além da família, o acompanhamento de tutores íntimos do seu pai mostrou-se importante na sua formação, de “sergianos” e seareiros laicos como Álvaro Salema e Agostinho da Silva, a comunistas como Álvaro Cunhal. E desde cedo relata a influência dos valores republicanos nesse meio, reforçados pelos acontecimentos nacionais e internacionais. O próprio refere a influência da guerra civil espanhola, alegando a martirização dos republicanos e o perigo que o nazismo e o fascismo então representavam. Seria a partir daí que, no seu entendimento, passaria de republicano a antifascista “sem deixar de ser republicano dos sete costados” (Soares, Um político assume-se. Ensaio autobiográfico, político e ideológico, 2011, pp. 33). A passagem pela Faculdade de Letras de Lisboa, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas (1942-1951), foi a sua primeira experiência universitária. Foi também um período marcado por um intenso activismo e de afirmação dos seus ideais políticos. Desde cedo travou conhecimento com comunistas nessa faculdade (especialmente os jovens Jorge Borges de Macedo, Fernando Piteira Santos e Joaquim Barradas de Carvalho) e outros oposicionistas não-comunistas (como Joel Serrão e Rui Grácio), o que permitiu um aprofundamento do seu ideário político através desses convívios académicos. Mas também entra em contacto com professores opostos ao regime e de quem foi aluno, destacando-se José António Ferreira de Almeida e Vitorino Magalhães Godinho. Aliás, chega a contribuir para o pagamento das aulas deste último no Ateneu Comercial de Lisboa após a sua saída da Faculdade, considerando-o como uma influência pessoal e também no campo da historiografia (Soares, Portugal Amordaçado. …, 1974, pp. 45-7). |
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