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Soares, Mário Alberto Nobre Lopes | |||||||||||||
Certamente que alguns dos ideais e influências até aí adquiridos levaram-no, em 1942, a aderir ao Partido Comunista Português. O próprio indica que havia no partido algo que o atraíra profundamente: “a chamada à acção”, ou seja, o activismo político (Nosty, Mário Soares. Um combatente do socialismo, 1975, p. 24). E viria a exercer cargos académicos e políticos relacionados com a agenda comunista, nomeadamente no Movimento Universitário das Juventudes Comunistas (1944-45) e no MUD Juvenil (1945-48), participando inclusive na paralisação universitária de 1945 nas manifestações de celebração da vitória das potências Aliadas na Segunda Guerra Mundial. Após a sua detenção em 1949, afirmara que planeara afastar-se do PCP, numa altura em que este partido rotulara de “oportunistas” alguns dos seus membros e invocara divergências ideológicas. Entre eles estava Mário Soares, datando desse momento a ruptura com o Partido Comunista (Soares, Memória Viva…., 2003, pp. 49-50). A participação na campanha eleitoral do general Norton de Matos foi, no seu entender, um ponto de viragem: não só conviveu com outros homens de craveira da oposição ao regime como Mário de Azevedo Gomes, António Sérgio (este considerado como o grande mestre da sua geração), Bento de Jesus Caraça e Jaime Cortesão, como também serviu de intermediário entre o PCP e a campanha do velho general. Declarando esta última realidade abertamente ao próprio Norton de Matos, terá sido imediatamente afastado pela sua militância num momento de grande tensão. Porém, todo este percurso político levou-o a prolongar o seu curso universitário em 9 anos. Apenas em 1950 apresenta a sua primeira dissertação de licenciatura intitulada Teófilo Braga – Tentativa de Determinação do Seu Pensamento Político, onde procurou compreender e estruturar o pensamento desse republicano histórico – num estudo que o próprio assumiu ter um carácter mais geral e introdutório à temática, e não definitivo do seu pensamento político e ideológico. Há também uma advertência para a escassez ou inexistência de estudos sobre o Portugal oitocentista, desde figuras e acontecimentos às correntes de pensamento – internas e externas – que tiveram impacto nas formas de pensamento do país nesse «século interdito» pelo Estado Novo. |
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