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Soares, Mário Alberto Nobre Lopes | |||||||||||||
Após terminar o curso, Mário Soares contemplou obter o curso de Ciências Pedagógicas para dar aulas de história no ensino secundário. Todavia, acabou por desistir desse curso e, alguns anos depois, é colocado como administrador do Colégio Moderno, onde viria também a leccionar história e filosofia (Vieira, Mário Soares – Uma vida, 2013, pp. 105 e 108). Publica entretanto alguns artigos de pendor histórico em revistas e jornais. Destaca-se o artigo A justificação jurídica da Restauração e a teoria da origem popular do poder político no Jornal do Fôro (1954), onde não apenas aborda a fundamentação jurídica dos documentos utilizados pelos juristas da época mas também as obras de pendor historiográfico que se debruçam sobre essas questões (Soares, “A justificação jurídica…”,1954, pp. 23-4 e 29-32). E colaborou com Joel Serrão a partir de 1963 no Dicionário de História de Portugal que este dirigiu, escrevendo algumas entradas com pendor jurídico. Até na deportação para S. Tomé (1968-69) chegou a enviar uma carta a Vitorino Magalhães Godinho onde expôs a sua intenção de fazer um estudo socioeconómico sobre a ilha numa perspectiva histórica, embora se desconheça se chegou a concretizar tal estudo (ANTT, NT: 1190, fls. 58-60). Entretanto fizera uma segunda licenciatura na Faculdade de Direito de Lisboa (1952-57), onde contactou com figuras como Adelino da Palma Carlos e Marcello Caetano. Seguir-se-ia uma “travessia do deserto”, como o próprio afirmou, em que tanto a sua vida política como a da oposição ao regime se encontravam estagnadas. Mas isso mudaria quando, em 1958, surge o «furacão Delgado», levando Mário Soares a incorporar a campanha eleitoral do general; chega a assinar o Programa para a Democratização da República, em 1961; em 1965 candidata-se à Assembleia Nacional pela CEUD e serve como advogado em nome da família de Humberto Delgado aquando do seu homicídio. Foi preso pela PIDE em múltiplas ocasiões, chegando, como se viu, a ser deportado para S. Tomé entre 1968 e 1969. Volta para a metrópole ainda nesse ano, mas é obrigado a exilar-se em 1970 por motivos políticos. |
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