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A colaboração em obras enciclopédicas, que incide em temas portugueses e ibéricos, demonstra o reconhecimento da sua erudição para além da fronteira pirenaica. Após quase uma década de espera, os verbetes sobre Língua e Literatura portuguesas vieram a lume na sexta edição do Meyers Grosses Konversations-Lexikon (vol.XVI, 1907). Além dos convites para a acção feminista em congressos internacionais, Helena Lange e Gertrudes Baümer pediram a sua colaboração para o 1.º volume do Handbuch der Frauenbewegung (Berlim, 1901-1906). Em Setembro de 1902, Duarte Leite adaptou a matéria portuguesa deste manual do movimento feminista para publicação no diário portuense O Primeiro de Janeiro (reeditado em 2002). C. M. de V. participou em várias obras colectivas, sempre na condição de colaboradora, nunca de editora. A conexão a uma vasta rede de especialistas, a correspondência trocada com a “douta senhora” e as visitas à casa e à respectiva biblioteca, configurariam por si só um estudo das ciências humanas europeias e mereceriam uma reflexão sobre a construção do conhecimento científico em comunidade. Entre os historiadores portugueses, conta-se os nomes do próprio Joaquim de Vasconcelos, Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Teófilo Braga. A enunciação de nomes que constam da sua correspondência poliglota ocuparia uma página (inter alia, Carolina Michaëlis: Lista…, 1912, pp.29-49; espólio de Oliveira Martins na Biblioteca Nacional de Lisboa; espólio Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra). A troca de materiais, notícias sobre documentação, críticas, entre a erudita e outros investigadores foi permanente e as referências à busca de documentação constituem um topos recorrente. Era possível que uma indagação junto dela tivesse resposta sob a forma de estudo aturado, exemplo de uma dúvida de Gomez Ocerin acerca de um Intermezzo musical que originou A Saudade Portuguesa (1914). As cartas dirigidas a C. M. de V. e saídas de seu punho tinham por assunto habitual o rebuscar de arquivos locais (como a pesquisa na Holanda, para Uriel da Costa, 1922). |
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