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A Europa teve de esperar até 1904, contava a autora 53 anos, para a publicação desta obra colossal e representativa da sua acção constante como crítica, diplomata, linguista e historiadora da literatura e da língua, deixando também o seu contributo na toponímica, genealogia, e biografias de personagens históricos (Cancioneiro da Ajuda…, 2 vols., 1904). No entanto, dificilmente se pode considerar C. M. de V. uma historiadora strictu sensu, razão da ausência de monografias a este respeito. Na escolha das temáticas recai uma parte fundamental do seu olhar como cientista social, e apenas por ela podemos afirmar que a sua narrativa historiográfica laica e racionalista se enquadra numa tradição liberal sofisticada pelo idealismo. A constante ideia de nação não se conecta a reis ou dinastias, sequer a uma ideia de vontade ou de razão – a nação torna-se uma essência e manifesta-se no povo, pela Língua. O seu modo de valorar personalidades, acções e movimentos da história ou da actualidade está no pressuposto da sua posição relativa ao saber – conhecimentos científicos, erudição, reflexão, interesse, sempre enformando por uma tolerância cultural e religiosa. Neste aspeto, a vida e a obra caminharam de mãos dadas. |
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