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Em 1802, Friedrich Ludwig Wilhelm de Varnhagen, militar e engenheiro de origem germânica, foi contratado pelo governo português para comandar, sob a direção do intendente José Bonifácio de Andrada e Silva, a fábrica de ferro de São João de Ipanema, em Sorocaba, São Paulo. Em 1806, casou-se com D. Maria Flávia de Sá Magalhães, de nacionalidade ainda incerta. Foi nessa localidade que, em 17 de fevereiro de 1816, nasceu aquele que será considerado o mais importante historiador brasileiro do século XIX, Francisco Adolfo de Varnhagen, cuja vida, do início ao fim, foi extremamente movimentada. Aos sete anos parte, com a família, para Portugal. No final de 1825, em Lisboa, ele ingressou no Real Colégio da Luz, onde realizou sua formação básica. Prosseguiu uma formação militar e científica nas Academias da Marinha e de Fortificação e na Escola Politécnica. Em julho de 1833, envolveu-se na guerra civil portuguesa ao lado das tropas de D. Pedro. Como recompensa obteve o posto de Oficial da Artilharia. Não obstante, ele se esquecera, segundo lemos em uma carta de sua autoria remetida a José de Sousa Soares de Andréa, de solicitar ao governo brasileiro a licença necessária para se engajar no exército de outro país. Isso retardou o processo de reconhecimento de sua nacionalidade que lhe foi concedida pelo imperador brasileiro apenas em 1841. A esta altura, já era membro da Academia Real das Ciências de Lisboa, do Conservatório Real de Lisboa e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), fundado em 1838 no Rio de Janeiro. Em 1842, foi nomeado adido de primeira classe na Legação brasileira em Portugal, com a missão principal de pesquisar os documentos relativos à história, à geografia e à legislação do Brasil. De Lisboa é transferido, em 1847, para Madri. Entrementes, visitou vários países da Europa em busca de arquivos e bibliotecas e publicou seu mais conhecido trabalho: a Historia Geral do Brazil (1854-1857). Em 1858, foi nomeado Ministro Residente no Paraguai. Em 1864, casou-se com a chilena Carmen Ovalle y Vicuña, oriunda de uma família aristocrática. Após uma década na América Latina, Varnhagen foi removido, em 1868, para à Áustria, como ministro residente na corte de Francisco José I. Barão de Porto Seguro em 1872, depois, em 1874, Visconde de Porto Seguro, Varnhagen morreu em Viena em 1878. |
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