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A EQUIPA
CONTACTO
No início da década de 90, planeou a instituição um museu etnográfico em Lisboa, para recolha de materiais dispersos em diversas instituições e dos novos achados arqueológicos. Encontrou apoio em Bernardino Machado, ministro das obras públicas, que fundou o museu em 1893 e o nomeou diretor. O acervo inicial juntou as coleções de Estácio da Veiga e a coleção particular do próprio Leite de Vasconcelos. O museu foi instalado em 1894 no edifício da Academia das Ciências de Lisboa, mas em 1900 Leite conseguiu que fosse transferido para a área anexa ao Convento dos Jerónimos, local definitivo. Abriu ao público em 1906, mas desde 1895 vinha divulgando notícias e estudos arqueológicos na revista O Arqueólogo Português, que tinha o estatuto de publicação oficial do museu.
Ao serviço do museu, repartiu o tempo entre escavações arqueológicas em Portugal e frequentes viagens pela Europa. Nessas viagens de estudo, conjugou as atividades de representação institucional com um intenso plano de investigação filológica, pesquisa em fundos antigos de bibliotecas e contactos universitários. Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Suíça, Áustria e Itália foram destinos recorrentes.
Em 1896 publicou na Revista Lusitana uma síntese das suas orientações de investigação, em que justificou a confluência dos estudos etnográficos, arqueológicos e linguísticos como bases necessárias para o desenvolvimento de um plano de obras «acerca das origens e caracteres do povo português». Dispunha de abundantes materiais dialectológicos, mas adiava a publicação de conclusões ou resultados: para uma caracterização geral da dialectologia portuguesa, faltava uma recolha sistemática em todas as regiões de Portugal, que propunha realizar nos anos seguintes. Sobre a linguagem popular, afirmava que « [...] não só obedece a leis, mas também serve a cada passo para explicar muitos fenómenos da linguagem culta». O seu conceito de léxico do português englobava diferentes momentos da história da língua e a variedade dialectal: «infinitos vocábulos e expressões que constituem riqueza idiomática que andava perdida» (Revista Lusitana, IV, 337-338).
