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No primeiro volume da sua História de Portugal (1977), explicou a finalidade com que o fizera: a História foi concebida com amor a Portugal mostrando a grandeza da Nação que fomos – como e porque fomos-, para se extrair da obra a lição que o presente impõe” [Correspondência com Marcelo Caetano, p.19]. E acrescenta: “A investigação não é apenas uma necessidade de encher o espírito, mas uma obrigação moral para quem acredita nos ensinamentos do passado” (Idem, p. 49). E dá nota do estilo escolhido: “trata-se de uma História encarada no seu aspecto global, a meio caminho entre a erudição massuda e a divulgação sem notas, para que a leitura não enfastie o leitor. Mas também para o não deixar sem resposta quanto aos mil problemas que a origem da nacionalidade levanta aos homens do nosso tempo” (Idem, p. 55). E o plano inicial de três volumes foi-se alargando progressivamente, que justifica nos prefácios à medida que vinham a lume, acabando por atingir os 18, que concluiu em 2011. É uma obra muito extensa, com uma abrangência temática que integra, numa coerente estrutura discursiva, as vertentes às quais consagrou o seu labor de historiador. Nela se articulam as dimensões política, diplomática, ultramarina, económica, social, demográfica, assistencial, religiosa e cultural: “uma grande tela do percurso histórico português (…) uma visão de conjunto das variadas manifestações do nosso viver colectivo, concebido como saber pluridimensional” (Ler História, p. 140). Um dos méritos desta História reside não só na sua abrangência temporal – desde os primórdios da nacionalidade até ao avançado século XX – mas por ter sido trabalho de um único historiador, caso sem paralelo na historiografia contemporânea e talvez irrepetível. É indiscutível que esta obra projectou a história de Portugalno estrangeiro, pela visão global que apresenta, fundamentação documental, coerente articulação das facetas e clareza na exposição, numa fidelidade à concepção de história que sempre preconizou e escreveu. Decorrente da vasta obra recebeu convite para membro de diversas academias portuguesas (Academia Portuguesa da História, Academia das Ciências de Lisboa, Academia de Marinha, Sociedade de Geografia e Sociedade Histórica da Independência de Portugal) e estrangeiras (Academie des Sciences, Inscriptions et Belles Lettres de Toulouse, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Rio de Janeiro), Academia Brasileira de Letras (Rio de Janeiro), Letras e Artes (São Paulo), Royal Historical Society. University College (Londres). A notabilidade do trabalho científico foi também reconhecida através de um conjunto de distinções honoríficas, entre as quais, Comendador da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (Brasil, 1967), Medalha de Ouro da Cidade de Santarém (1968), Comendador da Ordem da Instrução Pública (Portugal, 1972), Medalha Honorífica da Universidade de Coimbra (2007) e a atribuição dos prémios nacionais Prémio Alexandre Herculano (1955), Prémio Nacional de História (1955); Prémio Aboim Sande de Lemos, 1992) e Grã Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada, de Mérito Científico, Literário e Artístico, 2006); e estrangeiros (Grã Cruz da Ordem de Mérito Civil de Afonso X o Sábio (Espanha, 1995), Príncipe das Astúrias em Ciências Sociais (Espanha, 1995). Recebeu Doutoramentos Honoris causa pela Universidade Paul Valéry, de Montpellier (1974), Universidade Complutense de Madrid (1995), Universidade da Extremadura (2003) e Instituto Politécnico de Santarém (2011). |
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