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Encontrou, entretanto, outro espaço de realização como Professor na Universidade Livre, criada em 1977, o primeiro estabelecimento de Ensino Superior privado nascido no pós-25 de Abril. Foi um dos seus fundadores, a par de outros docentes afastados do ensino público, na qual assumiu a direcção do Departamento de História e leccionou várias disciplinas. É no contexto dos anos de afastamento do ensino público que começa a gizar o plano de uma História de Portugal, Em 1977 vem a lume o primeiro volume com o subtítulo Estado, Pátria e Nação – os valores em que sempre acreditou e defendeu. Entretanto retomou a docência no ano lectivo de 1979-1980 com a regência de um seminário dedicado às “Áreas Regionais Portuguesas”. Ao saber que estava em curso a instalação do Ensino Politécnico no país, manifestou o desejo de colaborar no que viria a ser criado em Santarém, sendo convidado por Vítor Crespo, ministro da Educação, para presidir à respectiva comissão instaladora. Alimentou então o projecto de criar o Ensino Universitário junto do Politécnico, que seria embrião de uma Universidade do Ribatejo. Todavia, profundas divergências com o Professor José Augusto Seabra, ministro da Educação, levaram a que fosse exonerado da presidência do Instituo Politécnico em 1984. Regressou então ao corpo docente da Faculdade de Letras, em regime de dedicação exclusiva, a partir de Outubro de 1985, que haveria de se prolongou por dez anos de actividade ininterrupta. Foi a última fase da sua carreira de professor catedrático, em que se dedicou inteiramente ao ensino, sem nunca deixar de escrever e publicar. Na licenciatura regeu as cadeiras de História dos Descobrimentos Portugueses, História do Brasil, Numismática, História Moderna de Portugal e Introdução à História. Ao mesmo tempo dedicava-se às pós-graduações, acompanhando projectos de mestrado e doutoramento. Ao fazer um balanço final da sua carreira reconheceu que a sua actividade no campo da produção historiográfica se traduziu por uma certa dispersão, condicionado pela docência que se inspirava no conceito de “cultura geral” e, por outro lado, pela orientação de mestrandos e doutorandos, com temas muito diversificados. No entanto, ao percorrer-se a sua extensa e diversificada bibliografia constata-se que não só interpreta a construção do tecido histórico português como nela também se vê o historiador debruçado sobre as relações com outros países, como a França, diferentes regiões da Península Ibérica, o Brasil e a América Latina. Refiram-se os seus estudos Relações Históricas entre Portugal e a França, (1430-1481) (1975)um arco de tempo de quase meio século, no qual põe em destaque o conjunto das relações políticas e comerciais que Portugal manteve com a França nos fins da Idade Média, que neste país corresponde à última fase da Guerra dos Cem Anos e, do lado português, ao reinado senhorial de D. Afonso V e início do governo de D. João II. |
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