Os seus trabalhos sobre a epistemologia da história, vários deixados inconclusos com a promessa de uma retomada que não se verifica, ostentando uma diversidade de interlocutores (Bossuet, Voltaire, Hegel, Marx, Comte, Wundt, Poincaré, Herculano, Oliveira Martins, Renan, Eucken ou Toynbee, de entre tantos outros), comprovam-no cabalmente. Não obstante o caráter sistemático do questionamento, sempre orientado pelo valor da crítica e da positividade, revelam a sua recusa em alinhar por um sistema particular, desde logo o de Comte, dado o seu apoucamento da história (OF I, p. 19), ou produzir um que lhe fosse próprio.

Lecionou uma diversidade de áreas (históricas, filosóficas, sociológicas, psicológicas, pedagógicas), sobre as quais igualmente escreveu, polimatia facilmente identificável nos três volumes da Obra Filosófica, publicados pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 1982, com dois importantes estudos introdutórios pelos editores, Joel Serrão e Rogério Fernandes. Neles se incluem os 9 principais trabalhos que dedicou, explicitamente, à teoria e filosofia da História, em dois períodos do seu percurso.

Um primeiro, inaugurado com a tese de licenciatura, publicada em 1911, estende-se pelo início da década seguinte, sendo interrompido com a mudança de secção, e inclui, para além dos dois textos já mencionados, os artigos, publicados na Revista de História: «O Sentimento Colectivo de Finalidade (Realidade – Dinamização Histórica)» (número de 1913-14); «Théorie de l’histoire» (em duas partes, em 1919 e 1920 e apresentado como súmula dos anteriores). Alguns escritos dispersos surgem ainda nessa década. Merece destaque a extensa crítica à obra D. Sebastião Rei de Portugal 1554-1558 de Antero de Figueiredo (1924), nomeadamente à sua defesa de uma «história poética», devendo sobrepor-se a qualquer versão científica ou filosófica, texto que constitui, em 1927, o primeiro contributo teórico para a revista Seara Nova.

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