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A amplitude do desígnio define-se imediatamente pela ideação filosófica da história na sua globalidade, sem que ignore a especificidade dos vários campos ou aproximações que possam vir a compô-la, mas recusando que essa contextura se ofereça como soma, em vez de síntese alcançada pela qualidade da perspetivação, ou que se privilegie a visão de «l’histoire de l’homme en quelque sorte du dehors» (OF III, p. 285), como ocorre quando se prefere à factualidade temporal, a estabilidade resultante da substantivação de «constantes históricas», como são, para si, arte ou a ciência. Também não se compadece com a estreiteza de noções como nacionalidade, tanto pelo que esta contém de localidade, como pelo que implica de atualidade, sendo uma formação recente, que, por conseguinte, não se adequa a outros contextos (OF III, p. 523). Em contrapartida, reconhece a importância de acolher o contributo de outras ciências. História do homem em ação (OF III, p. 282), portanto, assenta em quatro axiomas principais: «on pense en perspective dans le temps» (OF III, p. 286); «l’intelligence humaine est l’élément principal interne de l’évolution historique»; «l’évolution historique est orientée»; «les conditions de l’évolution historique sont intelligibles» (OF I, pp. 216-217). Apesar da generalidade do seu âmbito, distingue-se claramente do aspeto ontológico da história universal hegeliana, aproximando da feição transcendental do universalismo kantiano e dos referenciais de longa duração da Escola dos Annales, sem que se lhe refira ou aos seus teóricos mais proeminentes. Como se depreende, a abertura da perspetiva temporal revela-se determinante, pois que as restrições equivalem a particularizações com as quais se perde inevitavelmente a capacidade de significação. Do mesmo modo, afigura-se fundamental evitar a confusão entre facto e acontecimento singular, para que se possa correlacionar facto e perspetiva, materializando o conhecimento num plano de efetuação suficientemente abstrato, denso, e, logo, maximamente englobante, pelo que lhe dedicou parte relevante da reflexão. Dado que lhe cabe garantir a passagem do vivido ao conhecido, oferecendo um enquadramento possível para a diversidade da informação, «o facto não será histórico, a não ser que deixe por qualquer forma de constituir somatório de particularidades para se traduzir em um dinamismo social qualquer» (OF III, p. 557). |
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