| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Este deu origem a um segundo período, na década de 50, com a publicação de «Le sens de l’histoire«, na Revista da Faculdade de Letras, em 1953, a que se seguem: «Lições de História, Lições da História» (1959); «Simbolismo e História» (1960); «Razão – História – Ideal» (1961); «O Reverso» (1963, póstumo, portanto), todos publicados na Revista Ocidente. Nestes textos dá-se, globalmente, um aprofundamento evolutivo dos grandes núcleos temáticos, da orientação metodológica e das perspetivas críticas que presidiram ao primeiro momento. Em tais desenvolvimentos, reflete-se a marca do contexto, por exemplo, na consideração de uma interpretação politizada da história, a partir do binómio tragédia-farsa, como duas linhas de uma mesma mitificação, resultante da substituição dos juízos de facto por juízos de valor, em que uma empola as misérias e a outra as grandezas (OF III, p. 307), ou na discussão do alcance instrutivo da história, que nega, distinguindo o que cabe ao conhecimento histórico e o que entra na moral ou na política, para só aceitar a possibilidade de haver lições de história (OF III, p. 522). Em linha com a denúncia inicial dos perigos de uma história patriótica, que considera favorecer ipso facto polaridades, ódios e guerras (OF I, p. 54), continua a manifestar uma grande preocupação com todas as formas de aliança entre historiografia e ideologia, que substituem os factos por símbolos e geram delírios sobre homens superiores e povos extraordinários (OF III, p. 593), pelo que, com tal renúncia à objetividade científica, encerram de belicismo e de despotismo. Do mesmo modo, esses textos deixam supor o intuito de intervenção no debate historiográfico em curso, nacional, mas também internacional, para o que serviria de novo a língua francesa, com a rejeição de noções como tendência, «le nom donné par un procédé vulgaire d’objetivation, non plus au résultat probable mais à la probabilité (substantivée) du résultat» (OF III, p. 289), fator, «l’affaiblissement valoratif de celui de “causes”» (OF III, p. 293), ou ciclo, «transposition de “l’éternel retour” philosophique sur le plan historique et même scientifique» (OF III, p. 290). |
|||||||||||||