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Outro dado interessante que caracteriza a estadia de Adriano Balbi em Portugal é relativo à emigração a partir da península Itálica para o país lusitano, que continua a realizar-se não obstante a guerra e a situação económica desfavorável. O que ressalta particularmente é a emigração de comerciantes/negociantes, razão que torna o Essai statistique e as Variétés politiques et statistiques particularmente interessantes no que toca as relações comerciais luso-italianas, que contam com muito poucos estudos para o período a que ele se refere. Balbi fornecia um primeiro quadro do estado do comércio entre Portugal e Itália na altura em que realiza a sua investigação. Na sua obra salienta-se como Génova era – no que diz respeito à Península Itálica – o primeiro parceiro comercial dos portos do reino, principal praça com que se desenvolve o maior tráfego de mercadorias, seguida por Veneza, Nápoles e Liorne. Veneza representa o ponto de mediação comercial com a Turquia (cuja balança comercial estava em défice, e da qual Portugal importava grande quantidades de trigo). Balbi sublinha que a balança comercial de Portugal, em relação aos portos italianos, era nesta época geralmente favorável, “excepté dans les années de guerre 1809, 1810, 1811 et 1813, et les deux de paix 1818 et 1819 dans lesquelles elle fut contre lui, à cause de la grande quantité de grains importés”. Génova era exportadora de soja, papel, cores minerais, álcool, ácidos, enquanto o reino de Portugal exportava tabaco, açúcar, algodão, cacau, peles, anil, canela e café para a cidade lígure. De Veneza importavam-se feijão, maís, linho, vidro e vidrilhos, metal, drogas medicinais, que são trocadas com os mesmos produtos, acrescentando marfim e pau-Brasil (bois-brésil). Enfim, do sul de Itália o reino português recebia pequenas quantidades de cevada, trigo e feijão, em troca de produtos coloniais. |
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