| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | ||||||||||||||
Onde, partindo do reconhecimento do profundo estado de ignorância e sujeição que atingiu o povo português ao longo de dois séculos a partir da época de D. João III, “dont l’histoire offre peu d’exemples”, se sublinha o carácter reformador do reinado de D. José I, com efeitos relevantes na elevação moral e cultural da nação lusitana : no espaço de dez anos (1760 a 1770) “il rendit aux lettres et à l’éducation les plus grandes services”. Porque razão Balbi escolheu este texto? Porque na sua visão iluminista do conhecimento, laica e racionalista, que se manifestava nas principais disciplinas (geografia e estatística) desenvolvidas nos seus estudos, era importante evidenciar o papel que às ciências fora dado no Portugal do último quartel do séc. XVIII, preâmbulo daquela realidade de que tencionava dar conhecimento através dos seus livros que, como sabemos, tiveram ampla divulgação na altura. Esta visão apologética do reformismo pombalino pelas palavras do abade Correia da Serra, que encerram o Essai, pode ser vista como uma maneira da adoptar, mais uma vez da parte de Balbi, uma posição “política” no quadro da sua análise, como defesa de um processo histórico que teria sido berço da evolução política, institucional e cultural vivida e defendida na sua época. Posição que, obviamente, não é neutra, como é evidente numa crítica à obra “vintista” do estudioso italiano datada de 1828: Observações críticas sobre alguns artigos do ensaio estatístico do Reino de Portugal e Algarves publicado em Paris por Adriano Balbi, por Luís Duarte Vilela da Silva. Este padre, tesoureiro mor da Colegiada de Santa Maria de Alcaçova de Santarém e Censor Régio, salienta «erros e omissões indesculpáveis» centrados mormente na história literária do reino, revelando alguma aversão para com o racionalista italiano, responsável por sacrificar a verdade «à lisonja, e adulação». |
||||||||||||||