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O século XIX é marcado por uma evolução muito considerável da produção historiográfica. Grosso-modo, a comunidade académica aceita que se divida esta centúria numa primeira fase, marcada pela história literária e romântica, influenciada pelo nacionalismo crescente e numa segunda fase, marcada por sua vez pelo processo de profissionalização do historiador. Esta segunda fase determinará que a história passe a ser escrita por um profissional dotado de capacidades técnicas e de um ethos associado à ideia de uma história objectiva – “ wie es eigentlich genesen ” – que apenas será possível atingir através do trabalho com fontes primárias, resguardadas nos locais de memória. Apesar do desfasamento temporal entre, por exemplo, Ranke , e Ribeiro, o pai da diplomática portuguesa insere-se metodologicamente nesta linhagem. Através da análise direta das suas obras, mas também do que historiografia versa sobre ele, pudemos tomar consciência disso. Como vimos, vindo da área do Direito é através dos diplomas legais que inicia a sua carreira e é sobre esse tipo de documentação que se debruça ao longo da vida. Além de valorizar ao extremo a necessidade de o historiador trabalhar diretamente com o documento, com a fonte primária, necessária para a compreensão da história, é também prolixo ao fornecer as ferramentas para lidar com essas fontes. Deste modo, podemos compreender o plano ideológico de Ribeiro como estando alinhado com os ventos da historiografia profissionalizada do século XIX, propagada também pela Academia. Assim, portador quase inédito destas ideias em Portugal, deixa uma marca indelével na historiografia portuguesa. São vários os estudos que o apontam como o pai da Diplomática em Portugal e como, até, precursor de Alexandre Herculano. De facto, eliminando cargas subjetivas e messiânicas, é graças ao processo de autonomização da História enquanto ciência e ao estabelecimento de regras operatórias para o trabalho direto com a documentação que a historiografia oitocentista ganha as suas bases (MARQUES, António de Oliveira, Antologia da Historiografia Portuguesa, p. 224; SERRÃO, Joaquim Veríssimo, História Breve, pp. 238-239.). Ribeiro é também um servidor da comunidade académica. As suas visitas aos cartórios e a publicação de índices e documentos facilitaram a consulta que outros investigadores pudessem fazer a essa documentação. Também as visitas, quando foram realizadas tiveram um importante papel censitário para o estudo do estado da arquivística no reino (BARREIRA, Aníbal, “João Pedro Ribeiro, sua posição…”, p.12). |
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