Repousa na Academia das Ciências de Lisboa um Ofício remetido a D. Maria, entre 1790 e 1798 e que será da autoria de Ribeiro. Nesse ofício apresentam-se vários dos problemas dos arquivos portugueses e um conjunto de soluções para os aprimorar. Como problemas são apontadas questões como a saída de documentação dos arquivos para a mão de políticos; a conservação de documentação em locais pouco apropriados para o efeito e a confusão e desordem da documentação. As soluções apresentadas passam pela organização dos documentos soltos em códices, arrumados em locais frescos e arejados, devendo os documentos ser inventariados e sendo proibida a sua saída do arquivo. Na mesma senda, a de uma análise do estado da arquivística em Portugal, Ribeiro escreve Memorias Authenticas para a História do Real Archivo . Dividida em quatro capítulos, esta obra tem como o objetivo explorar metodicamente o passado e o presente do Arquivo Real da Torre do Tombo. No primeiro capítulo, é abordada a sua história entre a data que corresponderia à sua génese e o século XIX, recorrendo-se sempre à metodologia crítica e baseada na documentação que Ribeiro defende. Os dois capítulos seguintes apresentam uma listagem quase prosopográfica dos Guardas Mores e dos Escrivães do Arquivo. Por fim, dada a inexistência de um catálogo, o último capítulo apresenta uma enumeração com alguns comentários sobre aquilo que está guardado no arquivo (RIBEIRO, João Pedro, Memórias […] Archivo Real ). Elaborar uma obra dotada de todos estes conteúdos, devidamente equipada com um aparato crítico e remissivo para as fontes só é possível tendo um conhecimento muito profundo do Arquivo Real da Torre do Tombo e da sua documentação, algo claramente apenas ao alcance de alguém com os cargos e conhecimentos de João Pedro Ribeiro.

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