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De facto, a relação entre sociologia e história é aqui manifesta. Como nota Vitorino Magalhães Godinho, a influência de sociólogos como Georges Gurvitch , Lucien Goldmann , André Siegfried, François Goguel e Charles Seignobos sobre Piteira Santos é visível, particularmente pelos estudos sobre actos eleitorais e grupos sociais de dimensões variáveis (Godinho, “Saudade de lutar pelo futuro”, 2003, p. 158). A visão sobre as movimentações sociais, políticas e económicas saem reforçadas pela abertura à sociologia, permitindo observar a interligação dessas evoluções com as transformações da sociedade oitocentista portuguesa. Há também uma notória influência do materialismo histórico sobre o pensamento deste historiador, evidente na ideia de conflitos entre classes sociais e a ênfase no predomínio da burguesia (bem como o aspecto económico no âmago dessa disputa), entendendo-se, em parte, através das ideias políticas do autor. Mas tal não obsta uma abrangência metodológica do historiador. Assim, sinaliza-se ainda a influência dos Annales na esteira do pensamento de Marc Bloch, Lucien Febvre e das perspectivas de Fernand Braudel sobre o tempo e a evolução das estruturas da sociedade. Não por acaso, evocava, em 1947, as palavras de Marc Bloch de que o historiador não é um homem livre, pois as suas perspectivas , métodos e problematizações estão sempre condicionadas pela sua historicidade. Mas a prossecução de um ideal de verdade estaria presente no decurso das suas investigações enquanto elemento imprescindível de uma história-ciência (ou «história-problema») (Santos, “Sobre uma frase de Marc Bloch”, 1947, p. 356-66). Em 1951, Piteira Santos publica As Grandes Doutrinas Económicas com o pseudónimo de Arthur Taylor. Obra com uma significativa repercussão, visava organizar um estudo sistemático de algumas doutrinas sob a perspectiva da história económica – “o mais exacto ramo da história”, nas palavras do autor, por lidar com matéria quantitativa nas interacções e relações humanas (Taylor, As Grandes Doutrinas Económicas , 1951, p. 6). São analisadas as diversas maneiras como produção, economia e moeda eram encaradas pelos homens das suas respectivas sociedades e através dos séculos. |
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