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A propósito das questões centrais presentes na historiografia da época, Sérgio Campos Matos analisou detalhadamente as características da obra de Schaefer. O historiador alemão constituiu um marco importante na análise erudita e sólida de temáticas ainda polémicas no século XIX. Fortemente imbuído da tradição erudita germânica, nas áreas da filologia, das fontes literárias e jurídicas e das tradições populares, não surpreende que se distanciasse da tradição providencialista da batalha de Ourique, atribuindo a independência de Portugal às qualidades da sua elite nobliárquica (no que precedia Herculano). Em contrapartida, ao invés do historiador português, aceitava a autenticidade e a função de legitimação histórica das Cortes de Lamego. Schaefer valoriza figuras como os reis D. João I e D. Manuel, situando-as em contexto. No tempo deste último monarca via prosperidade, mas também sintomas de decadência (consumo e luxo exagerados, aumento de preços e corrupção de costumes) e não hesitou em tecer uma apreciação crítica da administração de D.João V. Mostrava-se, contudo, cauteloso na caracterização humana de personalidades históricas (caso de D. Afonso Henriques). E valorizava a função social dos indivíduos na história – daí a atenção que concedia ao seu carácter. |
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