Em 1858, seria suspensa a publicação. Esta suspensão duraria até 1866, altura em que O Panorama seria novamente ressuscitado (pelo mesmo tipógrafo em colaboração com a Tipografia Franco-Portuguesa), publicando-se até 1868, ano da extinção definitiva do jornal. Só por si, esta longevidade e persistência de publicação indicam o quão reputado e admirado o jornal era. Aliás, O Panorama por volta da década de 1850 já tinha granjeado significativo lastro na cultura portuguesa, como revelam Rebelo da Silva (assumido discípulo de Herculano) e Lopes de Mendonça numa "Introdução" ao Anais das Ciências e Letras, de 1857, "O mais admirável instrumento de iniciação intelectual, no atraso relativo em que existíamos, manifestou os seus efeitos desde logo, e, redigido por algumas das capacidades mais distintas deste país, que hoje temos a honra de contar no nosso número de sócios, aperfeiçoou a língua, desenvolveu o gosto pelas letras, fez reviver as nossas tradições na imaginação popular, e por ele se deu voo e impulso a essas vocações novas que vemos gradualmente hoje sobressaindo em todas as esferas da actividade social" (Apud, Intelectuais Portugueses na Primeira Metade de Oitocentos, p. 169).
Apesar da longevidade não contínua, O Panorama pós 1844 parece ter sofrido de um certo decréscimo de qualidade, assim sugerido por José Silvestre Ribeiro, "Em 1857, quando ainda se publicava o Panorama da 3ª série, se disse: Este periódico... é hoje apenas um eco do que foi, e, se vive, é à sombra dos títulos de estima pública e créditos intelectuais que soube granjear e firma em padrão, que a lembraça dos homens lidos respeitará ainda por muito tempo" (História dos Estabelecimentos Científicos ..., Tomo VIII, p. 26). Apreciação discutível, é certo, pois mesmo já não contando com as colaborações sistemáticas de, por exemplo, Alexandre Herculano, Feliciano Castilho, José Félix Henrique Nogueira ou de artistas como Rafael Bordallo Pinheiro, continuou a congregar nas suas páginas relevantes figuras da cultura portuguesa do seu tempo, casos de Luís Augusto Rebelo da Silva, Inácio Vilhena Barbosa, Francisco Gomes de Amorim, António Pedro Lopes de Mendonça, o próprio Silvestre Ribeiro, Camilo Castelo Branco, Manuel Pinheiro Chagas, entre muitos outros. Seria porventura mais proveitoso reparar nas mudanças que começavam a registar-se na sociedade e no mercado literário português.