Curiosamente, seria Castilho a assumir o cargo de Herculano até 1841, altura em que saiu para dirigir um outro periódico, a Revista Universal Lisbonense, entre 1841-45. Depois de Castilho, seria António de Oliveira Marreca a ficar à frente da 2ª série até 1843. Em 1844, terminavam as séries d´O Panorama associadas à Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, por extinção desta, fruto do decréscimo do pagamento das assinaturas que colocou possivelmente em causa a sustentabilidade financeira da Sociedade. A falta de pagamento das assinaturas esteve recorrentemente citada nas páginas do jornal.
Todavia, a marca deste jornal já se tinha feito sentir e os vários volumes constituíam um acervo de conteúdos que merece ser visto com algum pormenor. Tematicamente, e como ficou patente, O Panorama recolhia nas suas páginas contributos de várias áreas. Entre 1837 e 1844, os temas que mereceram maior divulgação foram: História (destacado), Geografia e Literatura; num segundo plano, os campos ligados à Técnica, Agricultura, Conselhos úteis e, não tão espantoso, Anedotas (para uma melhor visão de todos os conteúdos veja-se, A. M. Ribeiro, Periodismo cientifico e literário Romântico: O Panorama, pp. 69-72). Tais tendências continuariam nas séries seguintes.
Não é de todo estranho que a história nas suas diferentes formas, isto é, história da arte, da literatura, arqueologia, monumentos, figuras, cronologias, etc, tenha sido a área mais exposta no jornal, sendo precisamente este campo do saber característica base da sensibilidade romântica, com o predomínio da Idade Média (E.G. Dias, A construção da História Medieval na Imprensa Periódica...). As referências históricas não foram, contudo, meramente expositivas. Defendeu-se o património, os "lugares de memória", contra o seu abandono, significativamente expostos por Herculano ("A Arquitectura Gótica", nº 1, p. 2, 1837) e contra o vandalismo, "O vandalismo é cortesão, civil e afável. Que não veja um monumento, e será o ente mais pacifico deste mundo" ("Monumentos II", nº 70, p. 275, 1838). Ainda neste último artigo, Alexandre Herculano referia que a defesa destes monumentos teria uma vertente produtiva, não só pela riqueza simbólica e identitária, mas sendo utilizados no que poderíamos chamar hoje de turismo (Idem, p. 277).