A que as acções estudantis de contestação, embora confusas e sem orientações definidas, não foram alheias, e a que se junta o regresso e a integração na universidade de professores anteriormente afastados, nomeadamente António José Saraiva, Andrée Crabbé Rocha, Vitorino Magalhães Godinho, Joaquim Barradas de Carvalho, Victor de Sá, A. H. de Oliveira Marques, Sacuntala de Miranda, Ângela Guimarães, Miriam Halpern Pereira, além de outros, expulsos ou afastados por imposição descricionária do poder político e ainda de quantos a que nem sequer fora aberta a possibilidade de ingresso na docência no ensino superior. Ao mesmo tempo que novos bolseiros e postulantes de dissertações para graus académicos se encaminhavam para centros de investigação actualizados e estimulantes. O que se traduziria numa profunda modificação da história que se investigava e se ensinava em Portugal. Em que, naturalmente, a influência mais ou menos próxima quando não a marca da recepção dos Annales haveria de tornar-se evidente.
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