Entre as individualidades que se evidenciaram na cultura castrense nacional na primeira metade do século XX, refira-se o general Luís Augusto Ferreira Martins (1875-1967), com um vasto currículo nos campos militares e científicos, mais conhecido pela sua obra-prima, ainda consultada com proveito, a História do Exército Português (1945), uma verdadeira ‘milestone’. Foi sub-chefe do estado-maior do Corpo Expedicionário Português enviado para a Flandres (1917-1918), dando à estampa títulos como Portugal na Grande Guerra, (1934-1935); Uma história da acção dos portugueses na Grande Guerra (1935); Glórias e martirios da colonização portuguesa (1939), etc.
O coronel Belisário Pimenta (1879-1969) frequentou a Escola do Exército e a Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra. Abandonando a vida política, dedicou-se à investigação histórica e aos estudos literários, sendo colaborador artístico do Diário de Lisboa e na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (1935-1957), sendo membro da Academia Portuguesa da História. Da sua bibliografia, ainda parcialmente inédita, elegemos «Esboço da evolução das ideias militares em Portugal» (1942); «O Marechal Saldanha, sua vida militar, suas ideias e métodos» (1957), etc.
O tenente-coronel de Artilharia Augusto Botelho da Costa Veiga (1881-1965), célebre académico a quem a história e cultura portuguesas muito devem. Além da carreira militar, foi um medievalista de renome, na senda de um Alexandre Herculano, além de director da Biblioteca Nacional (1928-1950), o que muito favoreceu as suas pesquisas históricas, sendo autor de Estudos de História Militar Portuguesa (1936, 1939).
É impreterível referirmos ocoronel de Artilharia Henrique de Campos Ferreira Lima (1882-1949), director (e renovador) do Arquivo Histórico Militar (1927-1949). Da sua lavra contam-se centenas de trabalhos consagrados a figuras históricas nacionais e estrangeiras que se salientaram nas Armas. Foi um dos académicos responsáveis pela restauração da Academia Portuguesa da História, renovando o espírito historiográfico militar, denotando-lhe um novo fulgor crítico, influenciado pelo pensamento metódico, como comprovado em «Gomes Freire de Andrade: notas bibliográficas e iconográficas…» (1919); «O Tenente-General Bartolomeu da Costa: notícia biográfica» (1924); «Os Suíços no Exército Português» (1937), etc.