Um dos impulsionadores da História Militar na primeira metade do século XX, o general Vitoriano José César (1860-1939) foi lente na Escola de Guerra e presidente da Comissão de História Militar. Colaborou na História de Portugal (1928-1937), dita ‘de Barcelos’, sob a direcção de Damião Peres (1889-1976), ingressou na direcção da Revista Militar e assinou vários títulos, como Invasões Francesas (1903-1910); Bibliografia da Grande Guerra (resenha das publicações portuguesas) (1922); A Fundação da Monarquia Portuguesa (Batalha d’Ourique) 25 de Julho de 1139 (1927).
O general José Justino Teixeira Botelho (1864-1956), notável académico, historiador e tradutor, colaborou com Eduardo Augusto Ferreira da Costa (1865-1907) e Ayres de Ornelas e Vasconcelos (1866-1930) na fundação da Revista do Exército e da Armada (1893-1904), da qual eram proprietários. Foi redactor da Revista Militar e colaborou no Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, o Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, o Journal of the Society of Army Historical Research (Inglaterra), etc. Autor de uma ilustre obra historiográfica, a sua premiada História Popular da Guerra Peninsular (1915) e História Militar e Política dos Portugueses em Moçambique de 1833 aos nossos dias (1921; 1934; 1936), reflectiu sobre a acção civilizadora portuguesa em África. Sem esquecer outras obras, como Novos Subsídios para a História da Artilharia Portuguesa (1944-1948), no campo estritamente historiográfico foi igualmente um pioneiro, demonstrado em «Tendências da Historiografia Militar em Inglaterra nos últimos anos» (1931). Foi membro efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Academia das Ciências de Lisboa e um dos primeiros académicos da Academia Portuguesa da História após o seu restabelecimento em 1936.
É forçoso assinalar a peculiaridade do coronel de Engenharia Rodolfo Ferreira Dias Guimarães (1866-1918), mais vocacionado para os trabalhos matemáticos, reconhecido pela comunidade científica nacional e internacional, um verdadeiro precursor dos estudos historiográficos em Matemática, como fica patente em «Vida e descendência de Pedro Nunes» (1915), coligindo os artigos previamente publicados em O Instituto. Mas a sua obra-prima seria a edição, em francês, de Les Mathématiques en Portugal au XIXe Siècle (1900; 1909-1911), uma compilação crítica de toda a bibliografia matemática elaborada desde o início da nacionalidade e editada na Exposição Universal de Paris (1900).